
No Olho da Rua
A união do samba – suas ladainhas de lamento e alegria da velha guarda – com a voz forte do Hip Hop e sua mensagem de cunho social e político deu o clima para o último dia do Hutúz Filme Festival, no Cine Odeon, na noite desta terça-feira (25/11). O público, composto por estudantes, jovens, adultos e até idosos pôde assistir a programação que exibiu os curtas “78” – videoclipe da banda Retrato Radical; “Jazz D’Jango” – do diretor Beats d’ Melo; “No Olho da Rua” – de Luiz Eduardo Neves; e o longa “BH tem Hip Hop – dos diretores Maurício PC e Junia Torres, que aborda o surgimento da cultura Hip Hop na cidade.

Jazz D'Jango
Jazz D’Jango apresentou, em tela dividida, vários cenários urbanos sob a velocidade de uma bicicleta embalada pelo som de batida dançante produzida pelo Quatro Estúdio (www.myspace/quatroestudio). Já a produção capixaba No Olho da Rua, rodada na Grande Vitória, apostou no esclarecimento de que o Hip Hop é uma cultura e um modo de vida que retrata a realidade da periferia. A estrutura narrativa demonstrou que há adeptos de um movimento favorável à originalidade da mensagem social e outros que ousam com a mistura de sons e origens. Mas nem só quem nasce na favela compõe e canta Rap. Este é um documentário que, além de demonstrar a cultura negra do Rap e do Hip Hop, apresenta as dificuldades dos artistas em viver da arte urbana.
O encerramento do festival ficou por conta de BH tem Hip Hop, documentário sobre a solidificação do gênero musical e cultural na capital mineira, da sua resistência para evoluir e, principalmente, sobre a união da música com o Grafitti, com o Break e com a arte de mixar e criar novos sons.

Início do Break - BH tem Hip Hop
Os depoimentos revelam curiosidades como o início do Break na década de 1980, no Clube Oásis, de Santa Teresa, bairro boêmio da cidade que lançou também o Clube da Esquina e Milton Nascimento. A mensagem é a de que o Hip Hop é um recurso para expressar idéias, onde cada um tem a sua.

Denise Neves
Denise Neves do Nascimento, moradora de Olaria, disse que esteve presente para prestigiar o trabalho realizado pela CUFA e por acreditar ser importante a difusão da cultura urbana periférica. “O Bill e a Nega Gizza são figuras importantes que ajudam a dar bons exemplos para os jovens. Além do mais, o Hutúz é uma porta de abertura para novos artistas mostrarem o seu trabalho” – afirmou.
Entre Samba e Hip Hop, o ritmo e a harmonia podem ter mudado, mas a necessidade de se comunicar é a mesma, com a herança do Soul e com o orgulho de cantar o negro e de ser negro.
Por: Aline Souza
Fotos: Aline Souza
2 comentários:
Olá Aline e galera do Movimenta,
Acabei de ler a matéria sobre o Hutúz Film Festival e fiquei muito feliz com o comentário sobre o meu documentário, o No Olho da Rua.
No dia não pude ir ao Rio por conta do meu trabalho em Vitória-ES.
Gostaria de saber se vcs tem alguma foto do público e da exibição do NODR na ocasião? E teria como enviar para mim?
Desde já, agradeço!
Luiz Eduardo Neves - dudunews@hotmail.com
Ei Luiz, que bom que gostou da matéria, mas eu não trabalho mais na CUFA desde final de 2008.
Abraços, Aline
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